Hugo Pires de Miranda – Conheça um pouco da história do Fundador da Aserco

Hugo Pires de Miranda (1942-1988), fundador da Aserco.

Hugo Pires de Miranda nasceu em uma fazenda que ficava em Romaria, na época conhecida por Água Suja, mas foi registrado em Monte Carmelo. O mais velho, dos três filhos do casal Palmério Pires de Miranda e Denilza Borges de Miranda, já falecidos.

A única irmã viva, Cleusa Maria Vasconcelos, hoje com 70 anos, conta que desde a infância o fundador da Aserco sofreu com problemas de saúde e só teve o diagnóstico de hemofilia, doença genética que impossibilita a coagulação do sangue, quando já estava rapaz.

Cleusa lembra que isso nunca foi um fator limitador para ele. “A nossa mãe vivia em função do Hugo. Nós tínhamos uma vida muito humilde. Nosso pai ficava na fazenda e a mamãe vendia bolo e balas de coco na cidade para ajudar em casa e nos medicamentos dele”, revela.

As lamparinas e a veia empreendedora

Foi observando a atividade da mãe que Hugo começou seu primeiro negócio. Ao vê-la guardar as garrafinhas de leite de coco, após produzir as balas, decidiu usá-las para fazer lamparinas. Ele usava tudo que encontrava em casa para produzi-las.

À direita, um exemplar da lamparina criada por Hugo.

“Ninguém segurava o Hugo. Ele tinha uma força de vontade impressionante”, relembra Cleusa. O primo, Dremeval Alves do Nascimento, 71 anos, lembra-se bem dessa fase de Hugo. “Ele sempre foi objetivo e sabia o que queria. Essas lamparinas eram à base de querosene. Ele fazia e entregava para a gente vender. Naquela época a energia elétrica não era acessível como é hoje”.

Inquieto, segundo Cleusa, Hugo abriu uma lanchonete perto de onde morava aos 18 anos e vendia coalhada síria, pão de queijo, bolos e café. Logo em seguida conheceu Vanilda e um ano depois, eles se casaram. “Morávamos próximos e nos conhecemos em um casamento na fazenda. Foi amor à primeira vista”.

O casamento, São Paulo e a volta a Uberlândia

Logo depois do casamento Hugo foi a São Paulo trabalhar com o cunhado. Mas as expectativas não foram atendidas e ele voltou para Uberlândia. Em 1972 começou a trabalhar como contador na A Constrular, empresa que marcou época na revenda de materiais de construção em Uberlândia, negócio criado pelo tio Ivaldo Alves do Nascimento e quem, segundo Dremeval, deu todo o apoio para que Hugo se desenvolvesse.

“Nós fizemos faculdade e formamos juntos. O Hugo trabalhou conosco durante 15 anos e depois abriu o próprio escritório. Nós sabíamos que ele ia construir um grande negócio porque sempre foi autêntico, dedicado e objetivo.”

Ao olhar para tudo que Hugo construiu, o legado que deixou, Dremeval se emociona e revela que o segredo dele era a vontade de viver. “Não tinha tempo ruim com ele. Mesmo debilitado, tinha uma garra admirável e a Vanilda sempre foi uma ótima companheira. Esteve sempre ali para apoiar e ajudar”.